sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Seminário de poluição sonora no contexto urbano atual.

Durante a quinta-feira (27/11), a Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou o Seminário “Poluição Sonora no contexto urbano atual”. O evento, solicitado pelo vereador Leonardo Mattos (PV), discutiu os aspectos ambientais, sociais e econômicos que envolve os ruídos e as vibrações sonoras.
No período da manhã, o público participou de dois painéis: “Poluição sonora e qualidade de vida: bem-estar e saúde pública” e “Mapeamento e medição de ruídos: critérios acústicos e planejamento urbano das cidades”.
“O objetivo é partirmos para a construção de uma modernização da nossa legislação. O eixo principal nesse momento é a busca da pacificação das relações entre cidadãos, empreendedores e prefeitura”, afirmou o vereador Leonardo Mattos (PV), que solicitou o seminário e coordenou o primeiro painel.
Qualidade de vida
O primeiro painel teve como tema “Poluição sonora e qualidade de vida: bem-estar e saúde pública”, e foi conduzido por Fernando Pimentel de Souza, professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais, membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro (UNESCO, Paris) e autor de pesquisas sobre o sono e a insônia.

Segundo o palestrante, a insônia e o barulho podem provocar desde problemas de atenção e memória, baixa criatividade e falta de vitalidade, até acidentes de trabalho e de trânsito, aumento da violência, câncer e Mal de Alzheimer, dentre outros males. Para dormir melhor, recomenda, é importante relaxar uma hora antes de ir para a cama, acordar em horários regulares e comer pouco à noite.
O palestrante também elencou medidas que necessitam de intervenções governamentais, no intuito de garantir mais bem estar ao cidadão: pedir mais atuação do Ministério Público em relação ao tema, fixar níveis máximos de ruído para cada ambiente ou atividade, construir barreiras acústicas em locais críticos e vias subterrâneas para abolir o eixo do trânsito intenso, além da realização de campanhas em prol da “cultura de silêncio”.
Mapeamento de ruídos
Já a palestrante Lygia Niemeyer falou sobre “Mapeamento e medição de ruídos: critérios acústicos e planejamento urbano das cidades”. Niemeyer é arquiteta e urbanista, mestre em Conforto Ambiental pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura (PROARQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela tratou dos tópicos fontes de poluição sonora e mapas de ruído, além de apresentar um estudo de caso. A poluição sonora, segundo ela, tem dois principais componentes: aumento da frota de veículos e morfologia urbana (a forma como a cidade é projetada e/ou ocupada).

Exemplo de mapeamento de ruído
Para medir a poluição sonora urbana, é feito o “mapa de ruído”: representação gráfica da distribuição dos níveis de ruído na cidade, tanto por medição direta quanto por ferramentas computacionais. A partir desse mapa pode-se, por exemplo, verificar a influência de cada fonte de ruído e a conformidade com a legislação, avaliar cenários futuros gerados por intervenções urbanas e otimizar medidas mitigadoras. “O mapa é uma ferramenta para tomar decisões, mas é necessário apoio governamental para que seja feito na cidade inteira”, pontuou Niemeyer. Segundo ela, os métodos computacionais de avaliação prévia não são exigidos pela legislação brasileira.

“Nós já estamos trabalhando essa questão da adequação da lei em nível municipal, com previsão de modificações na Lei de Uso e Ocupação do Solo e criação de diretrizes para determinados tipos de comércio. Mas são discussões que vão se aprofundando na medida em que os projetos de lei forem sendo apresentados”, ponderou o coordenador do segundo painel, vereador Autair Gomes (PSC).
Além de mostrar o estudo de caso de um mapa específico e explicar sua construção, a palestrante também explanou formas de diminuir o barulho por meio de soluções arquitetônicas e urbanísticas, como construção de edifícios-barreira, revestimento de solo, criação de áreas protegidas, dentre outras. “Mas é necessária uma revisão na legislação e entender o papel do arquiteto e do planejador, como forma de contribuir para a diminuição da poluição sonora”, finalizou.


 Responsável pela emissão de alto volume de ruído, o tráfego urbano está entre as principais fontes de poluição sonora nas grandes cidades. Belo Horizonte tem uma frota de cerca de 1,5 milhão de veículos em circulação, gerando níveis de pressão sonora de até 85 decibéis aos ouvidos do pedestre.

“A cidade tem diversas áreas com perfis muito diferentes. São necessários, portanto, critérios específicos para cada área”, afirmou o engenheiro eletricista Krisdany Cavalcante, diretor da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac) e coordenador da Comissão de Estudos Especiais de Acústica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O especialista destacou a importância de se rever a atual legislação municipal de Belo Horizonte (Lei 9505/2008), que estabelece limites padrões para emissão de ruídos em toda a cidade. Cavalcante defendeu que sejam consideradas as diferenças entre áreas residenciais, região hospitalar, áreas de bares e restaurantes ou produção industrial, lembrando que algumas demandam critérios restritivos e outras exigem limites mais permissivos.

"Não podemos mais ficar de braços cruzados com relação aos ruídos das cidades, isso precisa mudar!!!
Espero que essa iniciativa  seja uma das primeiras para trazer uma grande mudança nas medidas tomadas para combater a poluição sonora. Por cidades com menos barulho por favor!!!" Ass. Jennifer Schmitberger




Fonte: http://leonardomattos.com.br/noticias/seminario-aborda-efeitos-do-barulho-para-a-saude-e-medicao-de-ruidos/  5/12/2014 11:34


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