quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cartografia sonora, o que é isso?

Essa foi uma entrevista realizada pela piniweb em 2012 e pouco evoluímos na questão acústica. Já se passaram 2 anos e vimos que a questão ainda é preocupante. Fortaleza já evolui bastante com relação a outros estados brasileiros, como vimos no seminário de poluição sonora realizado no dia 27/11/2014.

Confiram:
Mapeamento de ruído de Fortaleza/CE

Brasil ainda está atrasado no mapeamento sonoro das cidades

Professor especialista em engenharia acústica comenta sobre a necessidade da cartografia sonora(mapeamento sonoro).


A prática de mapeamento sonoro ainda está no começo no Brasil. É o que afirma o Professor Bento Coelho, doutor em Engenharia Acústica e integrante do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, em Portugal. Segundo ele, Fortaleza é a única grande cidade do país que está realizando seu mapa, já em fase de finalização.

Mapear o ruído urbano permite que sejam elaborados planos e regras para atividades econômicas com emissões sonoras significativas ou até mesmo interditar estas atividades quando o ruído exceder os valores regulamentadores.
Na Europa, a cartografia sonora é obrigatória há 10 dez anos, desde a Diretiva Europeia de 2002, que trata da gestão da poluição sonora no meio ambiente. Porém, esta prática já era comum alguns anos antes da obrigatoriedade. De acordo com o professor, a cartografia sonora de Lisboa foi concluída em 1995.
"Os trabalhos a nível urbano na Europa são complexos, pois a maior parte das pessoas mora em cidades", diz. Apesar de a obrigação na Europa ser destinada somente aos grandes centros urbanos, países como Portugal e Polônia aplicam a metodologia em praticamente todas as cidades do país. Cidades pequenas que ficam próximas a aeroportos, por exemplo, são ideais para o mapeamento. "A cartografia tem a ver com cidades e com fontes de ruído", o professor completa.
Ele também afirma que o objetivo do mapeamento de ruídos não é somente atender as reclamações dos moradores, mas também evitar que elas apareçam. Zonas residenciais ou que possuam escolas e hospitais precisam desta metodologia para que o seu planejamento seja melhorado.
A respeito dos passos para a implantação da cartografia sonora no Brasil, o professor diz que é preciso avaliar as principais fontes sonoras, como estradas e aeroportos. Todos estes dados são coletados para fazer um cálculo dos níveis de ruído no exterior, o que ajudará, por exemplo, no planejamento da infraestrutura de transportes de uma cidade, já que a cartografia sonora também estabelece limites de operação de ferrovias, aeroportos, rodovias e metrô.


Disponível em: http://piniweb.pini.com.br/construcao/carreira-exercicio-profissional-entidades/brasil-ainda-esta-atrasado-no-mapeamento-sonoro-das-cidades-260026-1.aspx 11/12/2014


Um dia o Brasil chega lá!


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Seminário de poluição sonora no contexto urbano atual.

Durante a quinta-feira (27/11), a Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou o Seminário “Poluição Sonora no contexto urbano atual”. O evento, solicitado pelo vereador Leonardo Mattos (PV), discutiu os aspectos ambientais, sociais e econômicos que envolve os ruídos e as vibrações sonoras.
No período da manhã, o público participou de dois painéis: “Poluição sonora e qualidade de vida: bem-estar e saúde pública” e “Mapeamento e medição de ruídos: critérios acústicos e planejamento urbano das cidades”.
“O objetivo é partirmos para a construção de uma modernização da nossa legislação. O eixo principal nesse momento é a busca da pacificação das relações entre cidadãos, empreendedores e prefeitura”, afirmou o vereador Leonardo Mattos (PV), que solicitou o seminário e coordenou o primeiro painel.
Qualidade de vida
O primeiro painel teve como tema “Poluição sonora e qualidade de vida: bem-estar e saúde pública”, e foi conduzido por Fernando Pimentel de Souza, professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais, membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro (UNESCO, Paris) e autor de pesquisas sobre o sono e a insônia.

Segundo o palestrante, a insônia e o barulho podem provocar desde problemas de atenção e memória, baixa criatividade e falta de vitalidade, até acidentes de trabalho e de trânsito, aumento da violência, câncer e Mal de Alzheimer, dentre outros males. Para dormir melhor, recomenda, é importante relaxar uma hora antes de ir para a cama, acordar em horários regulares e comer pouco à noite.
O palestrante também elencou medidas que necessitam de intervenções governamentais, no intuito de garantir mais bem estar ao cidadão: pedir mais atuação do Ministério Público em relação ao tema, fixar níveis máximos de ruído para cada ambiente ou atividade, construir barreiras acústicas em locais críticos e vias subterrâneas para abolir o eixo do trânsito intenso, além da realização de campanhas em prol da “cultura de silêncio”.
Mapeamento de ruídos
Já a palestrante Lygia Niemeyer falou sobre “Mapeamento e medição de ruídos: critérios acústicos e planejamento urbano das cidades”. Niemeyer é arquiteta e urbanista, mestre em Conforto Ambiental pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura (PROARQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela tratou dos tópicos fontes de poluição sonora e mapas de ruído, além de apresentar um estudo de caso. A poluição sonora, segundo ela, tem dois principais componentes: aumento da frota de veículos e morfologia urbana (a forma como a cidade é projetada e/ou ocupada).

Exemplo de mapeamento de ruído
Para medir a poluição sonora urbana, é feito o “mapa de ruído”: representação gráfica da distribuição dos níveis de ruído na cidade, tanto por medição direta quanto por ferramentas computacionais. A partir desse mapa pode-se, por exemplo, verificar a influência de cada fonte de ruído e a conformidade com a legislação, avaliar cenários futuros gerados por intervenções urbanas e otimizar medidas mitigadoras. “O mapa é uma ferramenta para tomar decisões, mas é necessário apoio governamental para que seja feito na cidade inteira”, pontuou Niemeyer. Segundo ela, os métodos computacionais de avaliação prévia não são exigidos pela legislação brasileira.

“Nós já estamos trabalhando essa questão da adequação da lei em nível municipal, com previsão de modificações na Lei de Uso e Ocupação do Solo e criação de diretrizes para determinados tipos de comércio. Mas são discussões que vão se aprofundando na medida em que os projetos de lei forem sendo apresentados”, ponderou o coordenador do segundo painel, vereador Autair Gomes (PSC).
Além de mostrar o estudo de caso de um mapa específico e explicar sua construção, a palestrante também explanou formas de diminuir o barulho por meio de soluções arquitetônicas e urbanísticas, como construção de edifícios-barreira, revestimento de solo, criação de áreas protegidas, dentre outras. “Mas é necessária uma revisão na legislação e entender o papel do arquiteto e do planejador, como forma de contribuir para a diminuição da poluição sonora”, finalizou.


 Responsável pela emissão de alto volume de ruído, o tráfego urbano está entre as principais fontes de poluição sonora nas grandes cidades. Belo Horizonte tem uma frota de cerca de 1,5 milhão de veículos em circulação, gerando níveis de pressão sonora de até 85 decibéis aos ouvidos do pedestre.

“A cidade tem diversas áreas com perfis muito diferentes. São necessários, portanto, critérios específicos para cada área”, afirmou o engenheiro eletricista Krisdany Cavalcante, diretor da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac) e coordenador da Comissão de Estudos Especiais de Acústica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O especialista destacou a importância de se rever a atual legislação municipal de Belo Horizonte (Lei 9505/2008), que estabelece limites padrões para emissão de ruídos em toda a cidade. Cavalcante defendeu que sejam consideradas as diferenças entre áreas residenciais, região hospitalar, áreas de bares e restaurantes ou produção industrial, lembrando que algumas demandam critérios restritivos e outras exigem limites mais permissivos.

"Não podemos mais ficar de braços cruzados com relação aos ruídos das cidades, isso precisa mudar!!!
Espero que essa iniciativa  seja uma das primeiras para trazer uma grande mudança nas medidas tomadas para combater a poluição sonora. Por cidades com menos barulho por favor!!!" Ass. Jennifer Schmitberger




Fonte: http://leonardomattos.com.br/noticias/seminario-aborda-efeitos-do-barulho-para-a-saude-e-medicao-de-ruidos/  5/12/2014 11:34


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Muito cuidado ao comprar uma janela acústica!!! Atenção!

Recebo aproximadamente 10 emails por dia de pessoas solicitando orçamentos de janelas acústicas e me deparo com grandes conflitos na hora de indicar o material adequado.


O ramo de isolamento acústico foi muito difundido nos últimos 3 anos e o aumento da comercialização desse tipo de produto vem aumentando consideravelmente.

Com o crescimento das vendas veio a preocupação, será mesmo que as janelas são o melhor recurso para diminuir os ruídos de ruas movimentadas e trazer a tranquilidade para as pessoas que moram em cidades totalmente urbanizadas?

Em alguns casos a resposta é sim!


Mas não é somente a janela que resolve esse tipo de problema!

O ruído consegue ultrapassar paredes, portas, o teto e o piso, com isso percebe-se que a instalação da janela resolverá parte do problema.

Para outros casos a resposta é não!

Porque dependendo da estrutura predial a janela acústica será um problema sério que vai minimizar o ruído das ruas movimentadas e maximizar o ruido de um andar para o outro, nos casos de apartamentos. Passará a se escutar cadeiras sendo arrastadas, passos mesmo sem salto, crianças brincando, cães latindo e etc.

Eis a questão:
no mercado temos vários tipos de janelas acústicas:

de vidro duplo, triplo, quadruplo, compácto;
de correr, de giro lateral, de sobrepor e de embutir.

Janelas de vidro duplo poderão reter até 60% do ruído aéreo.
vidro duplo
Janelas de vidro triplo poderão reter até 70% do ruído aéreo.


Janelas de vidro quadruplo poderão reter até 80% do ruído aéreo.

Janelas de vidro compacto poderão reter até 90% do ruído aéreo.


A composição do vidro é muito importante quando se trata de janela acústica, mas se não houver um cuidado com as vedações pouco será útil todo essa composição.
Temos que pensar que o ruído acompanha o vento. Ele passa por todas as frestas e quinas que ficam sem o emborrachamento adequado. Portanto, na hora de comprar a janela fique atento para o material como um todo. (composição dos vidros, estrutura da esquadria e a VEDAÇÃO).
fita de vedação
As vezes é melhor instalar a janela de embutir e não a sobreposta.
As janelas antigas são muito feias e possivelmente estão desgastadas e muito velhas.
Sugiro a sobreposição para janelas instaladas nos últimos 10 anos, caso contrário é melhor uma reforminha básica para resolver logo o problema com sofisticação, deixando o ambiente mais clean.



Antes de comprar qualquer material acústico consulte uma empresa de confiança, que domina sobre o assunto. E mais uma vez, eu digo e reafirmo, CUIDADO COM VENDEDOR, ele não vende o melhor produto e sim o que garante a melhor comissão.
Não caia nessa!

Entre em contato conosco: www.menosbarulho.com.br
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Conhecendo sobre alguns termos técnicos: Absorção sonora, isolamento do ruído,câmara anecóica, decibel, entre outros.






Geralmente os artigos e textos relacionados com o tema "acústica" mostram termos técnicos que poucos conhecem. Vai aí uma breve explicação de alguns: 


1 – Absorção Sonora

A capacidade de materiais, objetos e do ar em converter a energia sonora em calor. As ondas sonoras refletidas por uma superfície causam a perda de energia. A energia não refletida é expressa pelo coeficiente de absorção.Por exemplo, caso um material reflita 70% da energia sonora incidente sobre sua superfície, o coeficiente de absorção sonora correspondente será 0,30. As lãs minerais são absorvedores para os ruídos.



2- Câmara Anecóica

Uma sala com extremidades (paredes, piso e teto) que absorvem praticamente todo o som incidente. Utilizada em laboratórios para medição de campos sonoros diretos a partir de sua fonte.





3 - Decibel (dB)

Uma unidade de nível sonoro que implica em dez multiplicado por uma relação logarítmica de potência ou alguma quantidade proporcional à potência. O logaritmo é na base dez. A intensidade do som é indicada em decibéis. Por exemplo: respiração, 5 dB; trabalho em escritório, 50 dB; avião a jato durante a decolagem a 300 m de distância, 130 dB.


4- Freqüência (f)
O número de oscilações ou ciclos por unidade de tempo. Geralmente, a freqüência acústica é expressa em Hertz (Hz), sendo um Hz igual a um ciclo por segundo. Interpretada subjetivamente como a altura do som. Os seres humanos são capazes de ouvir sons com freqüências entre 20 Hz e 20.000 Hz.




5 - Decibelímetro
O aparelho que converte as variações de pressão sonora no ar em sinais eletrônicos correspondentes. Os sinais fora das faixas de freqüência desejadas são filtrados e excluídos.


6 - Difração
A capacidade da onda sonora em contornar obstáculos, especialmente evidente quando o comprimento de onda do som é igual ou superior às dimensões dos obstáculos.


7- Difusão
A dispersão ou a reflexão errática de uma onda sonora a partir de uma superfície. A direção dos sons refletidos é alterada de modo que o ouvinte possa ter a sensação de que o som incide sobre ele de todas as direções e com o mesmo nível.


8- Reflexão
A quantidade de energia da onda sonora (intensidade do som) refletida a partir de uma superfície lisa e dura. A reflexão sonora pode melhorar a qualidade da transmissão de voz e música.

9- Refração
A capacidade da onda sonora em curvar a direção ou alterar o sentido de propagação, à medida que se desloca de um meio a outro ou percorre áreas sob diferentes condições em um meio (tais como temperatura, densidade, umidade ou vento).


  

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Privacidade em escritórios fechados

Determinadas atividades, como reuniões importantes, treinamentos, palestras, etc. exigem maior concentração e ambientes mais controlados. E o projeto acústico dos elementos envoltórios destas salas deve ser muito criterioso, podendo incluir:
• Portas acústicas,
• Paredes de laje de piso a laje de forro,
• vedação no encontro das paredes com os caixilhos da fachada
• Passagem de dutos pelos corredores, evitando cruzar sobre as salas.
• Retorno do ar condicionado dutado ou através de chicanes (caso de retorno por plenum)
• Estudo das passagens de instalações cruzando paredes.

Baffles acústicos



Para o cálculo do isolamento dos elementos são levados em conta a performance acústica individual de cada elemento, o tamanho e o uso das salas, seus revestimentos internos e o nível de ruído interno previsto.

Escritório fechado


alguns materiais ajudam consideravelmente na redução dos ruídos emitidos dentro dos escritórios fechados.

Temos:
as espumas acústicas;
bass traps
baffles acústicos
Lambri fonoabsorvente de parede

lambri fonoabsorvente

Consciência do que é conforto acústico é fundamental para melhorar as condições de trabalho em qualquer área de atividade. 

 Empresas que investem em qualidade acústica em seus escritórios produzem mais e melhor, com funcionários mais motivados, atentos e concentrados. Este artigo abordará os principais aspectos envolvidos no tratamento acústico de escritórios corporativos com uma abordagem prática das possíveis soluções.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Bateria em apartamento, é possível?

Todos os dias recebo ligações de pessoas querendo saber se é possível tocar bateria no seu quarto do apto.

Minha resposta é sempre SIM!

È possível desde que o interessado atente para TODOS os detalhes das adequações acústicas necessárias para não incomodar os vizinhos e até mesmo os outros integrantes do apto.


Uma dica: Se possível, compre uma bateria acústica eletrônica, caso contrário, os itens que poderão amenizar consideravelmente são:

- Janela acústica;
- Porta semi acústica ou acústica;
- Paredes acústicas (em madeira, drywal, gesso, parede de alvenaria entre outras);
- Tapetes próprios
- Forro acústico;
- No mínimo 40% de fonoabsorvedores (tratamento acústico).

O som da bateria pode chegar a 115 decibéis - som consideravelmente alto e incômodo.



Mas é preciso cautela na hora de escolher os materiais que geralmente são apresentados no mercado com várias espessuras, densidades e aplicabilidade diversas.

Outro cuidado importante é com relação a indicação de materiais, aquela frase:
- Fulano instalou o produto x e deu certo!!!

Não significa que ter dado certo pra um irá dar certo pra você!!!!

Cada ambiente possui sua particularidade e isso deve ser levado em conta na hora de escolher os materiais.

O ideal é contratar uma empresa que tenha experiência no ramo e tenha muito cuidado com vendedor, eles costumam vender o que dá mais comissão!!! Aí você gastou dinheiro e continua com o problema!!

o mais importante é continuar fazendo seu som, porque música é vida!



Entre em contato: 31-99756-8211 www.menosbarulho.com.br   www.menosbarulho.com


Acústica em escritórios

Não há bom escritório sem boa ambientacão para os que nele trabalham e isso, comprovadamente, depende da acústica adequada.

De fato é paradoxal que a acústica não seja uma constante nos projetos de escritórios, pois isso tem causado transtornos e prejuízos às empresas, o que já poderia ter sido alvo de atenção pelas empresas ou equipes que concebem e executam tais projetos.



O grande número de casos de instalações mal projetadas de escritórios já em funcionamento, refere-se a ruídos insuportáveis de equipamentos de ar condicionado. Muitos outros sofrem o “efeito bandejão”, ou seja, do que ocorre em ambientes muito reverberantes, como os de quase todos os restaurantes desse tipo, em que muitas pessoas falam ao mesmo tempo, em meio a ruídos de várias origens.



Mas, o que tem causado até recusas em se aceitar obras de instalação de escritórios, é a falta de privacidade acústica das salas de algumas empresas. Nesses casos, os gerentes logo se apercebem de que ouvem suas secretárias falando na sala ao lado e que, portanto, são ouvidos também, nessa e nas demais salas adjacentes, bem como nos corredores próximos. Feitas as verificações, constata-se algumas vezes que o problema está nas divisórias, outras vezes está nas divisórias e no forro, porém, com freqüência, está principalmente no forro, por onde os sons passam, contornando as divisórias por cima.


Esses problemas também acontecem com salas de reunião, salas de áudio e vídeo, salas de computadores, copas, dependências para lazer, cubículos de fan-coils, etc. Chega-se até mesmo, em certos projetos, de se especificar para alguns desses casos, divisórias com a parte superior dotada de grelhas de vidro, para iluminação e ventilação entre salas, por onde, obviamente, os sons, vozes e ruídos vão passar quase que sem nenhuma obstrução, como se tratassem de divisórias baixas, tipo biombo.



Mas todo cuidado é pouco!
Não podemos generalizar as soluções. Cada caso é um!
Não se pode usar a mesma estratégia construtiva para todos os casos, visto que cada ambiente tem sua particularidade com relação à necessidade de retenção e absorção dos ruídos emitidos.

Sugiro que procurem um profissional e/ou empresa que possa te orientar adequadamente, mas tome cuidado com o famoso vendedor que vai te vender o produto que ele tem, não o que você realmente precisa!!!

A acústica em ESTÚDIOS DE GRAVAÇÃO

Dependendo do ramo de atividade de uma empresa, a qualidade do processo produtivo pode ser implantada em etapas, podendo-se também escalonar a melhoria dos seus ambientes funcionais desde que as condições iniciais não sejam impeditivas, ou seja, desde que não tenham sido tão mal resolvidas, a ponto de tornarem impraticáveis quaisquer ajustes posteriores.



Porém, em se tratando de estúdios de gravação, as possibilidades de ajustes são muito restritas, já que gravar sons com qualidade exige a busca da perfeição para esse ambiente, o que, por sua vez, implica no previa opção empresarial pela oferta, também no Brasil, das condições de excelência que nossos músicos e artistas acostumaram-se a ir buscar em estúdios no exterior.



Tais condições de excelência dependem de um projeto de instalações impecavelmente bem resolvido, desde o momento inicial da sua concepção. Em tudo devem-se buscar condições, as mais favoráveis possíveis, na definição de todos os detalhes do estúdio, para que esteja à altura dos elevados padrões de qualidade de processamento de sinais dos equipamentos disponíveis atualmente e das expectativas dos artistas mais exigentes.


O projeto deve integrar as melhores opções para os volumes internos, para a graduação das absorções sonoras dos seus espaços acústicos para o rigoroso controle de sons, vozes e ruídos intrusos, sejam eles oriundos do meio externo, sejam de dependências anexas ou ainda do próprio mobiliário do estúdio, de suas instalações de ar condicionado e de outros equipamentos.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Absorção do ruído


Quando uma onda sonora atinge um material, parte da energia é refletida, outra parte é absorvida no material e uma terceira fração é transmitida. O coeficiente de absorção do ruído α é a relação entre a energia sonora absorvida e a energia sonora incidente. Ela depende da freqüência. O resultado é um coeficiente entre 0 e 1, no qual 1 significa que todo o ruído é absorvido e 0 significa que nenhum ruído é absorvido e sim refletido.


A absorção de ruído influencia a experiência acústica do usuário de uma sala. Ela controla o nível de ruído ambiente, evita ecos e seus efeitos colaterais e também aumenta a inteligibilidade da fala. A qualidade de absorção de ruído é determinada pelo layout interior do espaço e dos materiais utilizados.
A absorção de ruído evita a produção de ecos. Um eco é gerado pelo ruído refletido múltiplas vezes a partir de superfícies e objetos no espaço e leva a:


Perda de concentração:

O ruído chega ao ouvinte de todas as direções mais ou menos no mesmo nível de volume. O nível do ruído é praticamente o mesmo em todo o espaço. A direção da fonte sonora não pode ser determinada e o resultado é desorientação. A desorientação tem uma influência negativa sobre a concentração.
Inteligibilidade da fala:

As muitas reflexões inundam umas às outras, tornando a conversação inaudível ou difícil de entender.
Efeito “festa de coquetel”:

Em uma situação informal, as pessoas que falam perturbam umas às outras porque o nível do ruído é praticamente o mesmo em todo o espaço. As pessoas na sala começam a falar cada vez mais alto até que todas estejam gritando. Isto é conhecido como efeito “festa de coquetel”. Esse efeito tem sido responsável por medições de níveis de ruído acima de 90 dB (A) em escolas infantis, muito superiores ao patamar no qual pode ocorrer perda auditiva induzida por ruído.

www.menosbarulho.com

Por que a acústica é tão importante?

Quando o som se torna ruído, as pessoas ficam irritadas e estressadas. Isso não é verdade apenas em escolas, mas também em escritórios, hospitais ou outros edifícios públicos.
Muitos estudos científicos e empíricos descrevem o impacto da acústica deficiente:
Nas escolas, até 70% das consoantes ditas pelos professores não podem ser ouvidas pelos alunos.

Nos escritórios abertos, 60% dos trabalhadores dizem que o ruído é o fator mais incômodo.

Em escritórios, 70% dos funcionários acreditam que sua produtividade seria maior se o ambiente fosse menos ruidoso.

Nos escritórios, o barulho normal reduz a eficácia em testes cognitivos em 66% relativamente ao nível obtido em ambientes silenciosos.

As vendas em uma loja de varejo podem aumentar em 5-10% como regra geral, por meio de medidas de melhoria acústica.

Em ambientes hospitalares, controle de ruído é muito importante para a recuperação de pacientes, pois o "ruído indesejável" pode aumentar a freqüência cardíaca,a pressão arterial e o nível de respiração.


Bibliografia:
Projeto de pesquisa "Inteligibilidade da Fala em Salas de Aula" conduzido pelo Departamento de Engenharia de Construção e Topografia da Universidade Herriot-Watt, em Edimburgo
Centro Nacional de Pesquisa Dinamarquês para o Ambiente de Trabalho: "O Ruído da Atividade Humana "
Julian Treasure, Business Sound, 2007
Memorando Técnico de Saúde 01/08: Acústica

Isolamento acústico


O isolamento acústico total de espaços adjacentes é expresso por valores DnT,w, R´w ou DnT,A. Eles representam a capacidade de uma construção inteira (divisória, forro, piso e todas as conexões) para bloquear fala, música ou outros ruídos transmitidos através do ar e dos elementos de construção. Quanto maior o valor (em dB), melhor o desempenho.
Alguns órgãos reguladores, prescrevem níveis mínimos de 35-45 dB entre escritórios ou 50-60 dB entre apartamentos e casas. Massa, vedação de ar e capacidade de absorção são as principais propriedades que determinam a capacidade de um material para isolar o ruído.

*Vias de transmissão de ruído entre espaços adjacentes

TOTAL ISOLAMENTO RUÍDO EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO
30 dB (A) Uma conversa na sala adjacente pode ser claramente ouvida e compreendida
35 dB (A) Uma conversa na sala adjacente pode ser claramente ouvida mas não compreendida
40 dB (A) Uma conversa na sala adjacente é vagamente percebida.
50 dB (A) Uma conversa na sala adjacente não pode ser ouvida.

TOTAL ISOLAMENTO RUÍDO EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO
30 dB (A) Uma conversa na sala adjacente pode ser claramente ouvida e compreendida
35 dB (A) Uma conversa na sala adjacente pode ser claramente ouvida mas não compreendida
40 dB (A) Uma conversa na sala adjacente é vagamente percebida.
50 dB (A) Uma conversa na sala adjacente não pode ser ouvida.

Massa, vedação de ar e absorção de ruído são as principais propriedades que determinam a capacidade de um material para isolar contra o ruído.
O isolamento de impacto entre dois pisos é a expressão da capacidade de uma construção para isolar ruídos gerados por impacto, por exemplo, passos, portas batendo. Ele caracteriza-se pelo nível de pressão sonora de impacto L’nT,w e é avaliado em dB. Quanto menor o valor, mais baixo será o nível de pressão sonora e melhor o isolamento acústico do impacto. Alguns órgãos reguladores prescrevem níveis máximos de 60 dB para salas de aula e escritórios.

Transmissão de ruído de impacto.

Inteligibilidade da fala


Inteligibilidade da fala é uma expressão de quanto a conversação pode ser ouvida e compreendida em uma sala.
Muitos fatores influenciam o nível de inteligibilidade da fala, por exemplo, o sinal da fala em si, direção da fonte sonora, nível do ruído de fundo, tempo de reverberação da sala e forma da sala.

Reverberação excessiva:


Reverberação incorreta:


Quantidade correta de Reverberação:


Um bom tempo de reverberação permitirá que um ouvinte ouça e entenda a primeira palavra – e o som dessa palavra se desvanecerá antes que o som da próxima palavra atinja o ouvinte.



Além disso, se o som estiver misturado ao ruído de fundo, o ouvinte terá dificuldade para entender o que está sendo dito. A reação normal é falar mais alto, levando a uma maior reverberação e logo, maior deficiência na inteligibilidade da fala.


A forma mais comum de expressar o nível de inteligibilidade da fala é o uso de um valor de índice de transmissão de voz (STI). Este índice especifica a inteligibilidade da fala em uma escala de 0 a 1. Por exemplo, em uma sala de aula de plano aberto em uma escola, o nível deve ser preferencialmente acima de 0,6.



Uma ferramenta de medição simplificada (mais rápida) da inteligibilidade da fala é o Índice de Transmissão de Inteligibilidade da Fala Rápida (RASTI).

Como o tempo de reverberação está intimamente ligado à inteligibilidade de fala, a quantidade, qualidade e posicionamento de superfícies de absorção influenciam fortemente a inteligibilidade da fala.

Nível de pressão sonora


O nível de pressão sonora indica quão alto é o ruído em um determinado ambiente. Quando combinados, os altos picos de pressão sonora e o alto nível médio de pressão sonora ao longo do tempo, podem levar a danos graves para a saúde. A União Européia definiu níveis máximos de exposição a 85 dB(A) e em alguns países, eventos públicos, como concertos, não devem exceder 96dB(A). O nível médio de pressão sonora não é relevante apenas em fábricas como também pode atingir níveis muito elevados em escolas infantis por exemplo.


O nível de pressão sonora em uma sala depende da força da fonte emissora de ruído, da forma da sala e da quantidade e qualidade das superfícies absorvedoras de ruído.